Sabe nós brasileiros somos bons em muitas coisas, um dia em sala uma aluna me perguntou por que o professor é tão desvalorizado? bom parei e pensei um pouco, de fato fiquei um pouco surpreso pela pergunta proveniente de uma aluna, demonstrando uma compreensão, maturidade e um pouco de preocupação, com a realidade de sua sociedade, mas esta pergunta não é feita com tanta freqüência quanto se imagina, nem mesmo os professores a faz. bom depois de um tempo imaginando qual explicação caberia a seu entendimento disse-lhe, que nós vivemos o imediatismo, sabe gostamos de viver o agora, cadeias, hospitais necrotérios improvisados em caminhão frigorífico, mas esquecemos que é mais cômodo fazer a vacina do que o remédio, nos não entendemos que a sociedade educada funciona melhor, educação diminui os problemas de saúde pública, segurança entre outros.
o professor em si não se valoriza , não exige seus direitos, não busca melhores condições, simplesmente reclama e espera os céus se abrirem e nos dar o que queremos; abaixo um texto muito legal que se interessar leia a obra, obrigado pela atenção:
"Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor, que por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não posso ser professor a favor simplesmente do Homem ou da Humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza. Sou professor a favor da boniteza da minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa, mas não desiste".(FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, p. 102. Ed Terra e Paz. São Paulo 1996)